Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, realizaram novo estudo para medir os impactos de políticas restritivas de isolamento, como o lockdown, no combate à pandemia do novo coronavírus. A pesquisa “Avaliação dos efeitos obrigatórios de permanência em casa e fechamento comercial na disseminação de covid-19” comprovou o que o deputado Osmar Terra defende desde que a contaminação iniciou no Brasil: o “fica em casa” não freia o contágio do vírus.
A análise assinada por Eran Bendavid, Christopher Oh, Jay Bhattacharya e John Ioannidis destaca: “Por causa dos potenciais efeitos prejudiciais à saúde de intervenções não-medicamentosas — incluindo fome, overdoses relacionadas a opioides, vacinações perdidas, aumento em doenças não-covid de serviços de saúde perdidos, violência doméstica, saúde mental e suicídio, e uma série de consequências econômicas com implicações para a saúde — é cada vez mais reconhecido que seus benefícios postulados merecem um estudo cuidadoso”.
Ao comparar a situação de países que estabeleceram bloqueios a de países que não adotaram políticas extremas, os pesquisadores identificaram que as chamadas medidas restritivas não-medicamentosas – como o lockdown –, podem gerar resultados ainda piores entre as populações vulneráveis: “Algumas evidências também sugerem que, às vezes, sob medidas mais restritivas, as infecções podem ser mais frequentes em locais onde residem populações vulneráveis em relação à população em geral”.
No âmbito da pesquisa, não há evidências de que o fechamento de lojas e restaurantes ou a determinação de toque de recolher contribuíram para achatar a curva de novos casos de covid-19 na Inglaterra, França, Alemanha, Irã, Itália, Holanda, Espanha ou Estados Unidos. “Não encontramos benefícios significativos de intervenções não-medicamentosas mais restritivas”, conclui o estudo.
Leia a pesquisa completa aqui.